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Bancos continuam a aumentar a margem financeira no crédito a particulares A análise das tendências recentes nas taxas de juros dos depósitos a prazo e dos empréstimos oferece uma visão interessante sobre a dinâmica financeira dos bancos. Os dados indicam que as taxas de juro médias dos novos depósitos a prazo para particulares têm vindo a diminuir, antecipando a evebtual descida das taxas de juro de referência por parte do BCE, mas o mesmo não está a contecer com as taxas de juro ativas dos empréstimos (ex-crédito à habitação). Em março, a taxa média de juros para novos depósitos a prazo caiu para 2,78%, seguindo uma tendência de redução das taxas nos meses anteriores. As taxas de juros passivas mais baixas nos depósitos são uma vantagem para os bancos do ponto de vista da redução de custos de captação de recursos, pois ao remunerarem menos pelos depósitos, os bancos melhoraram a sua margem financeira. Taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares | Países da área do eur...

Análise Económico-Financeira: Como Avaliar a Saúde Financeira da Sua Empresa? - Parte 1

A análise deconómico-financeira é uma ferramenta imprescendível para avaliar a saúde financeira de uma empresa, o qual envolve a análise de dados e indicadores financeiros para determinar a capacidade da empresa de gerar lucros, cumprir as suas obrigações e enfrentar desafios económicos. 

Num conjunto de artigos, abordarei a importância da análise económico-financeira e os seus principais indicadores a serem considerados na avaliação da saúde financeira de uma empresa em Portugal.

  • Relevância da Análise Económico-Financeira (AEF)

A AEF é uma etapa crítica para gestores e investidores na tomada de decisões estratégicas. Permite entender a situação financeira atual da empresa, identificar oportunidades de melhoria e antecipar possíveis problemas. Deste modo, ao analisar a saúde financeira da empresa, os gestores podem tomar decisões informadas para maximizar a eficiência operacional, garantir a sustentabilidade e procurar o contínuo crescimento do negócio.

A AEF pode ser vista como uma ferramenta para estudar a magnitude e comportamento dos componentes financeiros da criação de valor (value drivers financeiros), com vista a perspectivar evolução futura. Entender e medir o desempenho da empresa no passado (enquanto unidade criadora de valor movida pela procura da maximização da riqueza dos seus acionistas) para antecipar a provável evolução económico-financeira no futuro.


  • Fontes de informação

Para concretizar o seu trabalho, o analista financeiro prepara, analisa e interpreta informação económico e financeira que considera relevante sobre a situação de evolução da empresa, da economia, do setor e dos mercados em questão.

As fontes de informação de utilização mais frequente são: (i) Fontes internas, fundamentalmente de caráter contabilístico e financeiro, complementadas com (ii) Fontes externas - de natureza pública ou privada - como sejam dados sobre a empresa, o setor e o mercado, presentes em relatórios & contas, estudos, jornais, revistas e livros, e empresas especializadas em informação económica e financeira (e respetivas bases de dados).

  • Destinatários da informação

Os potenciais destinatários são todos os agentes económicos influenciados, ou susceptíveis de serem influenciados, pela atividade da empresa – acionistas efetivos e todos os stakeholders (acionistas potenciais, gestores, trabalhadores, credores, clientes, fornecedores e o Estado).

Mas os destinatários onde a análise efetuada terá mais impacto são certamente aqueles que colocaram os seus capitais à disposição da empresa: (i) Credores - avaliar a capacidade da empresa cumprir os seus compromissos financeiros; e (ii) Acionistas - avaliar a capacidade da empresa para criar valor ao longo do tempo e a capacidade e o timing certos para a distribuir.

  • Principais Indicadores/Rácios Financeiros para Avaliação
    • Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo e Liquidez: indica a capacidade da empresa pagar as suas dívidas de curto prazo. 

    • Equilíbrio Financeiro de ML/P e Endividamento: Mede a solvabilidade e a estrutura de capitais da empresa, essencial para avaliar o risco de médio/longo prazo e analisar a perspetivas de rendibilidade.

      • Rentabilidade: Avalia a eficiência da empresa em gerar lucros. Uma empresa saudável financeiramente deve ter níveis adequados de rentabilidade, o que indica que está a gerar lucros suficientes em relação aos seus ativos e ao capital próprio. 

      • Endividamento: Mede o grau de endividamento da empresa. Uma empresa com endividamento excessivo pode enfrentar problemas financeiros e dificuldades para pagar as suas dívidas.

    • Eficiência operacional: Avalia a eficiência dos processos operacionais da empresa. Uma empresa eficiente consegue maximizar suas vendas em relação aos seus ativos e manter níveis adequados de stock para atender à procura.
A AEF passa pela comparação dos indicadores financeiros da empresa com padrões do setor (benchmarking) ou com resultados anteriores da própria empresa (análise vertical). Resultados abaixo dos padrões ou tendências negativas podem sinalizar problemas financeiros, enquanto resultados acima dos padrões indicam uma posição financeira sólida.

[CONTINUA]

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