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Bancos continuam a aumentar a margem financeira no crédito a particulares A análise das tendências recentes nas taxas de juros dos depósitos a prazo e dos empréstimos oferece uma visão interessante sobre a dinâmica financeira dos bancos. Os dados indicam que as taxas de juro médias dos novos depósitos a prazo para particulares têm vindo a diminuir, antecipando a evebtual descida das taxas de juro de referência por parte do BCE, mas o mesmo não está a contecer com as taxas de juro ativas dos empréstimos (ex-crédito à habitação). Em março, a taxa média de juros para novos depósitos a prazo caiu para 2,78%, seguindo uma tendência de redução das taxas nos meses anteriores. As taxas de juros passivas mais baixas nos depósitos são uma vantagem para os bancos do ponto de vista da redução de custos de captação de recursos, pois ao remunerarem menos pelos depósitos, os bancos melhoraram a sua margem financeira. Taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares | Países da área do eur...

OPINIÃO: O Mercado de Ações não é a Economia


The stock market is forward-looking, meaning stock prices are based on expectations of companies' future earnings, not just present earnings.

Dois exemplos recentes provam de forma categórica o 'aforismo' de mercado do título deste artigo: a crise financeira de 2008/09 e a crise pandémica Covid-19.

Em 2009, a crise financeira conduziu a uma contínua contração da economia, adensando-se a preocupação com o colapso do euro e a inflação começou a aumentar. No entanto, no meio de todas estas (más) notícias económicas, o mercado de capitais estabilizou em Março de 2009 e o S&P 500 começou a subir. Nos 11 anos seguintes, a subida seria superior a 600%!!!

Situação semelhante aconteceu durante a pandemia da COVID-19. O mercado de ações caiu 30% em 21 dias - a queda mais rápida de sempre (em termos comparativos refira-se que, durante a crise financeira de 2008/09, foram necessários 250 dias para que o S&P 500 caísse 30%). Muitos investidores previram que a Bolsa cairia ainda mais, mas não foi o que aconteceu. Pelo contrário, ganhou mais de 45% nos 3 meses seguintes. E note-se, esta recuperação aconteceu quando os casos e mortes por COVID-19 estavam a disparar, a economia estava a regredir violentamente e o desemprego a disparar.

Estes exemplos são uma lição para todos os investidores: o mercado de ações não é a economia e as notícias económicas não prevêem o que vai acontecer no mercado. O mercado de ações é um sistema adaptativo complexo que nenhum de nós pode prever.

Esta conclusão pode levar-nos a perguntar: Será a escolha de ações mais uma questão de sorte do que de expertise?

De facto, comprar ações é fácil, mas comprar as ações certas não é. Um relatório de 2021 da Schroders concluiu que 90% dos fundos de investimento mundiais geridos ativamente tiveram um desempenho inferior ao do mercado nos últimos 20 anos. Outro estudo, liderado pelo Prémio Nobel da Economia Eugene Fama, analisou os retornos dos gestores ativos e concluiu que 97% destes não tiveram um desempenho melhor (e muitas vezes pior) do que o mercado.

A partir daqui, destas estatística e estudos, fica mais um 'aforismo' de mercado que os poderá convencer a não comprar ações individuais: toda a riqueza criada pelo mercado de ações entre 1926 e 2016 veio de apenas 4% de todas as ações.

E mesmo que se escolha uma ação 'vencedora', como as da Amazon ou da Google, vai ser uma viagem alucinante: as ações da Amazon caíram 90% durante a bolha tecnológica e tiveram cinco quedas de mais de 25% ao longo da sua vida; do mesmo modo, as ações da Google caíram 65% durante a crise financeira de 2008/09 e registaram duas quedas superiores a 20% desde o seu IPO.

Assim, se os grandes fundos e casas de investimento, com equipas de brilhantes e meios técnicos de última geração, têm dificuldade em vencer o mercado, que hipóteses temos nós de vencer o mercado?

Devemos abandonar esta forma de investimento?

Desde 1871, o mercado de ações norte-americano regista um retorno positivo de 100% em períodos de 20 anos e de 89% em períodos de 10 anos. Ou seja, quanto mais curta for a janela de investimento, menor será a probabilidade de se obter um retorno positivo.

Se investirmos durante um período de 1 ano, a probabilidade de obter um rendimento positivo é de 65% (em termos médios), se investir durante um período de 3 meses a probabilidade cai para 63% e se investir durante 1 dia cai para 52% (probailidade da moeda ao ar cara-e-coroa).

Por isso, no meu entendimento a melhor estratégia é investir pretend you’re dead., o que é o mesmo que dizer investir em ETF que fazem benchmarking dos principais índices bolsistas.

Para um maior desenvolvimento deste tema (ETF) deixo a seguir o link para a minha participação no programa 'Finanças a Contar' do Porto Canal: https://dai.ly/x8mgtpc



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